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A recém-inaugurada exposição numismática do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) traz atividades interativas, mapas, iconografia histórica, obras exclusivas e mais de 800 cédulas e moedas do acervo da instituição, contando uma história sobre a evolução do dinheiro desde séculos atrás até os tempos modernos. Mas por trás dos diversos objetos em exibição, a mostra de longa duração, intitulada Do sal ao digital: o dinheiro na coleção Banco do Brasil, oferece ainda um olhar aprofundado sobre a importância do dinheiro físico como uma ferramenta de identidade, representatividade e história ao redor do mundo.

Com o surgimento de mecanismos como o PIX e as criptomoedas, e com as transações comerciais cada vez mais presentes no ambiente digital, o dinheiro físico vai ganhando gradativamente um papel mais simbólico e representativo. São itens que não apenas servem como um objeto de troca, mas como um relato acerca do desenvolvimento sociocultural e econômico da humanidade através dos séculos. É o caso, por exemplo, das novas “quarters”, as moedas de vinte e cinco centavos de dólar (a mais usada nos Estados Unidos),  que foram recentemente criadas em homenagem a Maya Angelou.  Poeta e ativista afro-americana, Maya foi um dos mais importantes nomes na luta pelos direitos civis e contra a segregação racial nos EUA, atuando ao lado de Martin Luther King Jr. e Malcom X na segunda metade do século XX. Em 2022, Maya Angelou se tornou a primeira mulher negra a estampar uma moeda de dólar no território americano. 

Dentre as diversas atrações da exposição, uma das que mais ressaltam este papel do dinheiro físico como um verdadeiro contador de histórias e instrumento de representação é a série fotográfica Mentalidade Colonial, do brasileiro Julio Bittencourt, que foi realizada a partir de pesquisas em cédulas que estampam os rostos de variados personagens espalhados pelos séculos em distintos países. A mostra apresenta uma seleção baseada nessa série, destacando importantes mulheres representadas no dinheiro. 

Uma das imagens, por exemplo, apresenta a figura de Mary Haydock (1777–1855), celebrada na nota de 20 dólares australianos desde 1994. Quando tinha apenas 13 anos, Maya foi condenada por roubo de cavalos e enviada para Nova Gales do Sul, atual Austrália. Depois de ganhar sua liberdade, ela foi vista por seus contemporâneos como um modelo comunitário e tornou-se lendária como uma empresária de sucesso na colônia.

Em outra fotografia, os visitantes terão a chance de conhecer Policarpa Salavarrieta (1795–1817), que em 1995 foi celebrada na cédula de 10 mil pesos colombianos. Policarpa ficou famosa por ser uma costureira de Nova Granada que espionou para as Forças Revolucionárias durante a Reconquista Espanhola do Vice-reino de Nova Granada. Ela acabou sendo capturada por monarquistas espanhóis e executada por alta traição. O Dia da Mulher Colombiana, em 14 de novembro, é comemorado no aniversário de sua morte.

Há ainda a foto de Genoveva Ríos (1865–?), uma menina boliviana que, aos 14 anos, durante a invasão chilena do porto boliviano de Antofagasta no início da Guerra do Pacífico, em 1879, protegeu a bandeira de seu país dentro de sua própria roupa no prédio da Intendência de Polícia de Antofagasta. Genoveva tornou-se uma heroína nacional e pode ser vista na nota de 20 bolivianos do Estado Plurinacional da Bolívia, emitida em 2018.

Estas e outras inúmeras e grandiosas histórias estão abertas ao público na nova exposição numismática Do sal ao digital: o dinheiro na coleção Banco do Brasil. Segundo Isabel Seixas, sócia-fundadora do estúdio M’Baraká, responsável pela curadoria do espaço, grande parte da sociedade está tão cotidianamente habituada a ter contato com o dinheiro que muitas vezes não percebe a carga de memórias e significados expressos nestes objetos. 

“As cédulas e moedas são documentos históricos que evidenciam não apenas aspectos econômicos das sociedades, mas também políticos e socioculturais, como um reflexo de seu tempo. Se a modernidade se habituou a pensar que ‘tempo é dinheiro’, esta exposição busca mostrar que a história do dinheiro também nos conta sobre a expansão das relações entre pessoas, povos e territórios.” 

Sobre o CCBB 

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro completa 33 anos em 2022 e representa o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. O CCBB RJ está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes, cafeterias e loja, serviços com descontos exclusivos para clientes Banco do Brasil.  O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de segunda a domingo, das 9h às 21h, no domingo, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. 

Sobre a coleção de numismática do Banco do Brasil

O acervo numismático do Banco do Brasil é composto por moedas, cédulas, medalhas, valores impressos nacionais e internacionais, e outras peças ligadas ao dinheiro. A coleção, considerada uma das mais importantes do país, começou a ser formada em 1936 e reúne hoje cerca de 38.000 peças. O acervo começou a ser formado a partir da aquisição, em 1937, da coleção particular de moedas e cédulas brasileiras de J. Garcia de Moraes e Paulo Guimarães Masset, incluindo parte da “Coleção Julius Meili”. Em 1955, o Museu e Arquivo Histórico foi inaugurado no 16º andar do Edifício Visconde de Itaboraí, na Avenida Presidente Vargas esquina com a Avenida Rio Branco. A coleção de numismática permaneceu no Edifício Itaboraí até 1985, quando foi transferida para o 4º andar do edifício da antiga Agência Centro Rio de Janeiro, situado na Rua 1º de Março, 66. Este, após reformas, passou a ser ocupado, a partir de 1989, pelo Centro Cultural Banco do Brasil, que incorporou às suas atividades o Museu e Arquivo Histórico. Desde então, o acervo foi compartilhado com o público nas exposições “Brasil Através da Moeda” (1992 – 1999), “A Moeda no Brasil” (2000 – 2001) e “Galeria de Valores” (2008 – 2022), integrada ao “Projeto BB 200 anos”.

Sobre o estúdio M’Baraká (UM-BA-RA-KÁ) – Realizador e idealizador do projeto

Criado há 17 anos por Isabel Seixas e Diogo Rezende, o estúdio M’Baraká desenvolve projetos múltiplos com profissionais de diversos segmentos e se destaca por sua metodologia, que envolve criação, pesquisa, planejamento estratégico e direção de arte. Desde 2013, a economista Larissa Victorio faz parte da sociedade. Os projetos do grupo são únicos, focados na criação de experiências relevantes, que geram conhecimento e valor para seus públicos como as exposições de sucesso   “Mostra Nise da Silveira – A revolução pelo Afeto”, “Mostra Darwin”, “Quando o Mar virou Rio” e “Tropicália, entre outros.

Site: www.mbaraka.com.br

Serviço

Do sal ao digital: o dinheiro na coleção Banco do Brasil

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro 

Rua Primeiro de Março, 66 – 4º andar – Centro, Rio de Janeiro (RJ)

Telefone: (21) 3808.2020

Funcionamento: segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, das 9h às 21h; domingos, das 9h às 20h (fecha às terças)

Classificação indicativa: livre

Entrada franca.

Informações sobre acessibilidade, estacionamento e outros serviços: bb.com.br/cultura

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Giselle Sampaio 21 3808 2346 | gisellesampaio@bb.com.br

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Kátia Carneiro:: katia.carneiro@agenciafebre.com.br (21) 99978-2881