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De antigos aliados a inimigos: filme mostra origem e desdobramentos de violentos e numerosos confrontos 

Era fevereiro de 1979. Ruhollah Musavi Khomeini – que ficaria conhecido como Aiatolá Khomeini – voltava de seu exílio na França para sua terra natal: o Irã. Lá, lideraria milhões de manifestantes na destituição da monarquia do Xá Reza Pahlavi, no poder há 37 anos. Assim se consolidava a Revolução Islâmica, que mudaria para sempre a história do Oriente Médio e os rumos das relações entre o Irã e dois antigos aliados: Israel e Estados Unidos. Esse processo e seus desdobramentos são tema do documentário “Israel/Irã/EUA, A Longa Guerra”, uma produção da ARTE France que agora estreia no Brasil, exclusivamente no Curta!On – streaming do Curta! no NOW e na internet, em CurtaOn.com.br.

Em um contexto de Guerra Fria, em 1978, o Irã era um território estratégico para os Estados Unidos na disputa pela hegemonia mundial. Enquanto era governado pelo Xá, o país se abria à influência norte-americana e se “ocidentalizava”. Embora as elites se beneficiassem dessa relação, a oposição vinha se massificando, e reunindo pessoas de origens e vertentes filosóficas diversas em protestos contra o imperialismo do ocidente. A repressão era violenta, mas não pôde interromper a revolução em curso.

Ao tomar o poder com amplo apoio popular, Khomeini instala uma teocracia islâmica. Ainda nos primórdios desse novo governo, sinaliza seu posicionamento geopolítico ao convidar o líder palestino Yasser Arafat ao país. A partir de então, o Irã seria um aliado da Palestina contra Israel e os Estados Unidos, embaralhando completamente as peças antes dispostas no tabuleiro do Oriente Médio.

Os numerosos conflitos que se dariam nos próximos anos envolveram mais países – como o Líbano, a Síria e o Iraque –, fortaleceram grupos paramilitares, como o Hezbollah, e deram início a uma série de ações terroristas. O sonhado governo dos aiatolás, por sua vez, acabou por isolar o Irã em um mundo cada vez mais globalizado, enquanto Estados Unidos e Israel se consolidam como grandes potências no pós-Guerra Fria. A partir dos anos 1990, foram muitas as tentativas de solucionar os impasses no Oriente Médio através de acordos diplomáticos selados, mas não cumpridos. Prevalece, ainda hoje, a ausência de diálogo e o ódio acumulado em tantos anos de confronto.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]