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O 15º Festival Varilux de Cinema Francês promove gratuitamente sua segunda mostra de filmes em realidade virtual nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em novembro. Pioneiro em trazer para o país um evento no formato, logo após a tecnologia fazer parte do Festival de Cannes, em 2017, o Varilux exibe nesta edição oito criações francesas selecionadas na competição oficial de conteúdo criativo de realidade virtual do último Festival de Veneza. O Festival Varilux ocorre entre 7 e 20 de novembro, com exibição de 20 filmes em 60 cidades e 110 salas de cinema do país. A programação completa do Festival Varilux está em https://variluxcinefrances.com/2024/

A mostra de RV contará com oito obras em 360º, desenvolvidas por líderes em inovação audiovisual na França. Os filmes exploram o potencial da realidade virtual em diversos gêneros. Integrantes nas últimas três edições do Venice Immersive, do Festival de Veneza, obras premiadas participam do evento em 2024. Gratuitas, as sessões contam com cadeiras giratórias e óculos de realidade virtual. 

Em São Paulo, os filmes serão exibidos no Espaço Augusta de Cinema, de 7 a 13 de novembro, e no Centro Cultural São Paulo, de 21 a 28 de novembro, sempre de 14 às 21h. No Rio de Janeiro, a exibição será no Estação Net Rio, entre os dias 7 e 13 de novembro de 14h às 21h, e no Cinesystem Botafogo, de 14 a 20 de novembro, de 14h às 21h. Para participar basta comparecer ao local e se apresentar aos monitores.

A curadoria dos filmes foi feita por Michel Reilhac, produtor de narrativa interativa e realidade virtual. Ele é o curador fundador do Venice VR, a competição oficial de conteúdo criativo de VR do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Veneza, além de cofundador e diretor de estudos do Cinema College e do VR College da Bienal de Veneza. Atua também na curadoria da seção VR da Seriesmania em Lille, é palestrante e produtor de mídia imersiva.

Confira os filmes:

All unsaved progress will be lost, de Melanie Courtinat (Venice Immersive 2022) – 10 min

Uma jornada melancólica a uma cidade fantasma feita de concreto e neblina, baseada no testemunho de uma mulher que se recusou a evacuar a vila de sua cidade natal após um terrível desastre. Uma ameaça permanece inexplicavelmente iminente, permitindo ao espectador projetar nela os seus próprios medos.

Astra, de Oriane Hurard (Venice Immersive 2024) – 60 min

Uma experiência espetacular em torno da astronomia. Visitamos vários planetas compreendendo as suas paisagens e as suas atmosferas. Encenada como uma experiência científica de altíssima qualidade, a interatividade permite-nos compreender o nosso sistema solar de uma forma muito direta e sensorial.

Champ de bataille, de François Vautier (Venice Immersive 2024) – 20 min

Em 1916, os campos de Verdun foram palco de uma selvageria sem precedentes. Corpos machucados, paisagens mutiladas, céus escurecidos pelo desespero. Nesse ambiente, um soldado, Julien, passa por esse momento sombrio e perde a juventude e a felicidade. Uma experiência de vídeo 360º sem interatividade, sobre a vida numa trincheira durante a Batalha de Verdun. Este filme é um exemplo perfeito de como a VR pode atingir o mesmo nível de qualidade visual de um filme de cinema.

Empereur, de Marion Burger e Ilan Cohen (Prêmio Melhor Realização Venice Immersive 2023) – 40 min

Uma viagem ao coração de um cérebro: o de um pai que se tornou afásico. Numa representação monocromática e inspirada na animação tradicional, esta história intimista é vista sob o ângulo de uma viagem com toques surrealistas.

Ito Meikyu, de Boris Labbé (Grande Prêmio de Venice Immersive 2024) – 15 min

Interior e exterior, transparência e opacidade, exibicionismo e voyeurismo, feminino e masculino; todas essas noções se opõem ou se unem no ciclo infinito de um labirinto sem saída. A vida aqui é como uma tela cuja trama viva é tecida a partir de uma miríade de fios e caminhos ramificados.

Mamie Lou, de Isabelle Andreani (Venice Immersive 2024) – 25 min

Imerso no mundo dos espíritos dos ancestrais, você é designado para acompanhar Nana Lou em sua última viagem. No dia em que sua neta Clémentine dá à luz em uma maternidade em Tóquio, Nana Lou sofre um derrame em casa, na França. Ela se encontra no hospital, presa entre a vida e a morte… Com sua presença luminosa ao lado dela, você a ajuda a revisitar suas memórias e a falecer em paz. Uma reflexão suave sobre a morte e como não ter medo dela.

Oto’s planet, de Oriane Hurard (Prêmio especial do Júri Venice Immersive 2024) – 28 min

Uma fábula animada e interativa sobre a colonização prematura de um astronauta em um micro planeta do tipo Pequeno Príncipe ocupado por uma preguiça amigável. O filme aborda o problema dos obstáculos que separam as culturas em vez de permitirem que vivam em harmonia. A qualidade da animação e interatividade é excepcional.

Une eau la nuit, de Chelanie Beaudin-Quintin (Venice Immersive 2024) – 23 min

Filme de cine-dança de realidade virtual subaquática, com coreografia de Caroline Laurin- Beaucage. Com os bailarinos Léonie Bélanger, Luca Lazylegz Patuelli, Rowan Mercille, Jimmy Chung, Rachel Harris e Emmanuel Jouthe. Um momento de poesia visual absoluta.

O CURADOR MICHEL REILHAC

Michel Reilhac é autor independente, curador e produtor de narrativa interativa e de realidade virtual. Ele é o curador fundador do Venice VR, a competição oficial de conteúdo criativo de VR do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Veneza. Também é cofundador e diretor de estudos do Cinema College e do VR College da Bienal de Veneza, além de curador da seção VR da Seriesmania em Lille. Ele dá palestras, treina e produz em mídia imersiva. Já foi bailarino, diretor executivo de diversas instituições nacionais de dança e teatro em França, diretor do Forum des Images de Paris entre 1992 e 2001 e diretor do cinema do canal ARTE entre 2002 e 2012.  Atualmente, está trabalhando na criação de uma residência internacional e pan-africana para escritores na ilha de Lamu, no Quênia.